A secretária de Assistência Social de Água Branca, Maria Izabel Siqueira Vieira, denunciou um grupo de pessoas ligadas ao candidato a prefeito do município Roberto Torres por receber indevidamente 700 litros de leite do Programa do Leite que faz parte de um convênio dos governos do Estado e Federal através do Mesa Fome Zero e a prefeitura municipal.
Segundo Izabel Vieira, o grupo de oposição foi flagrado distribuindo o produto para a população em um salão próximo ao comitê eleitoral deles. Ao investigar a procedência do leite pasteurizado, a secretária descobriu que o mesmo pode ter sido desviado de um carregamento que seria para a prefeitura.
A suspeita de Izabel se confirmou quando o gerente da empresa Leite Batalha, Ronildo, fornecedor do Programa, foi até a secretaria para obter a nota fiscal do leite que tinha sido entregue. Segundo a secretária, naquele órgão público o gerente procurava por uma mulher identificada como Izabel Torres, que seria a pessoa que tinha solicitado a ele o carregamento, porém a secretária informou que não se chamava por aquele sobrenome e que o leite não havia chegado à secretaria. O nome a quem se referiu o gerente é da filha do ex-prefeito Roberto Torres que é diretora do hospital daquele município.
Surpreso, o gerente ainda mostrou a nota de recebimento do produto, mas Izabel Vieira constatou que um homem identificado como Gilson Barros foi quem assinou o recebimento da carga no dia 6 deste mês. “O referido não pertence ao governo municipal e mesmo que pertencesse não tinha competência para assinar o documento e receber o produto.” Disse. A secretaria suspeita que o homem citado seja um cabo eleitoral dos Torres.
Izabel Vieira suspeita que o leite desviado pertença a um convênio realizado entre a prefeitura e o governo do estado através da Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri) que aumenta a quantidade do produto já distribuído no município durante dois meses no período da seca. A secretária pediu informações à Seagri sobre os repasses do leite e, se confirmado o desvio, vai entrar com uma ação na justiça contra os suspeitos.
Defesa
Em contato com nossa reportagem Izabel Cristina Torres confirmou o contato do gerente da empresa Leite Batalha, mas esclareceu que ele queria que ela ficasse responsável pelo recebimento do produto. “Eu não iria se responsabilizar por uma coisa que não faz parte de minha função como diretora hospitalar.” Disse. Torres se defende afirmando que não tem nada a ver com o ocorrido.
Nossa reportagem tentou contato com representantes da Seagri na região, mas os telefonemas não foram atendidos e nem retornados. Também tentamos contatar o ex-prefeito Roberto Torres, mas o telefone dele estava desligado ou fora de área.









