Um comerciante do ramo de materiais de construções, identificado como Cícero Gustavo, está sendo acusado de invadir a base descentralizada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), agredir verbalmente e ameaçar funcionários, além de danificar uma ambulância. O caso aconteceu na noite desta terça-feira (4), por volta das 21 h, na cidade de Inhapi.
Em contato com o Minuto Sertão, um auxiliar de enfermagem que preferiu anonimato relatou que um sobrinho de Cícero Gustavo tinha sofrido um acidente no sítio Aguadinha quando a base foi avisada do ocorrido através da central que havia recebido um chamado pelo número 192. Uma equipe de socorro teria se dirigido até o local indicado, mas ao chegar próximo, se deparou com o comerciante que já havia socorrido o parente em uma caminhonete de sua propriedade. “A nos ver, ele disse que nós não seríamos mais necessários e que o próprio buscaria ajuda em algum hospital da região.” Disse.
Conforme o profissional da saúde, depois de passar em quase todos os hospitais das cidades vizinhas, Cícero acabou levando o parente para uma unidade de saúde em Paulo Afonso (BA), onde os médicos teriam solicitado que o paciente alagoano fosse levado para a unidade de emergência de Arapiraca que seria o órgão hospitalar responsável por tal atendimento.
Frustrado, o comerciante teria deixado o paciente naquele hospital e retornado a Inhapi onde tinha ido direto para a base do Samu da cidade aonde, segundo funcionários, já chegou invadindo o recinto para pedir que uma equipe fosse transladar seu sobrinho que havia sido deixado no hospital baiano. O responsável pela equipe teria informado ao comerciante que para tal procedimento era necessário comunicar à central para autorizar a viagem. Insatisfeito com a explicação e aparentemente em fúria, Cícero teria provocado um amassado no capuz da viatura do Samu com um murro e começado a agredir os profissionais com palavras de baixo calão. “Ele nos xingou com todas as palavras desagradáveis e ofensivas que teve direito, antes de nós ameaçar.” Disse uma técnica em enfermagem.
A profissional ainda relatou que o comerciante teria ameaçado a equipe de morte e atear fogo no prédio da sede. “Ele disse que iria meter bala em todo mundo ali e depois colocar fogo na nossa sede, caso não fossemos realizar o que ele queria.” Disse.
Diante da intimidação, mesmo sem autorização da central, uma equipe foi obrigada a seguir com sua ambulância o veículo do enfurecido comerciante.
Ao ficar sabendo do ocorrido, a coordenadoria da base comunicou o caso a polícia que enviou uma viatura policial para interceptar o comerciante na estrada, mas os policiais não conseguiram alcançá-lo, pois ele já tinha entrado em território baiano, onde o poder da polícia alagoana é limitado. Então, o caso foi repassado para a polícia militar local que foi até o hospital e conseguiu localizar Cícero Gustavo. A ele, os PMs informaram que ele estava realizando um ato ilegal e que não podia ameaçar e muito menos forçar a unidade do Samu a executar o que ele queria, sem que fosse por meio lícito.
Nesse momento, a central do Samu pediu aos policias que escoltassem sua equipe de volta até a base em Inhapi ao tempo em que voltou a negar o procedimento de translado do paciente devido à equipe ter sido ameaçada.
Assustados, os profissionais do Samu não quiseram ir ao trabalho nesta quarta-feira (5) e a central pediu que a base ficasse fechada temporariamente até que seja garantida a integridade física deles.
O caso foi registrado na delegacia de polícia, onde todas as vítimas do caso foram ouvidas. O acusado deve ser ouvido ainda esta semana.




