Bolsa Família reduz morte de pessoa com transtorno mental, diz estudo
Agência Brasil
19/01/2025 15:11
Minuto Saúde
Bolsa Família
O programa Bolsa Família contribui para a redução das taxas de mortalidade entre pessoas internadas com transtornos mentais. É o que aponta um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). As conclusões da pesquisa foram reunidas em um artigo publicado no mês passado na PLOS Medicine, revista científica editada nos Estados Unidos pela Public Library of Science.
O estudo foi conduzido por pesquisadores sediados na Bahia, no Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs) da Fiocruz. A partir de uma extensa base de dados, eles acompanharam cerca de 70 mil pacientes com algum diagnóstico de transtorno mental.
Nesse universo de pessoas, foi realizada uma comparação entre aquelas que receberam o Bolsa Família após uma hospitalização e aquelas que não receberam.
Os dados analisados cobrem o período que vai de 2008 a 2015. Nesse intervalo de tempo, observou-se que os beneficiários do Bolsa Família apresentaram uma mortalidade por causas naturais - envolvendo por exemplo doenças cardiovasculares e respiratórias - 11% menor do que os não beneficiários. Também foi constatada que a mortalidade total foi 7% mais baixa.
Criado pelo governo federal em 2003, o Bolsa Família é considerado o maior programa de transferência de renda do Brasil. Ele é pago para famílias em que a renda média mensal de cada integrante seja de, no máximo, R$ 218. O valor mínimo do benefício é de R$ 600. A essa quantia, se somam adicionais a depender da quantidade de gestantes, bebê, crianças e adolescentes na família.
O objetivo do Bolsa Família é garantir alimentação, saúde e educação, conferindo dignidade e assegurando a cidadania das famílias atendidas. Para se manter no programa, os beneficiários precisam assumir compromissos relacionados à educação e à saúde. As crianças da família, por exemplo, devem ter no mínimo 85% de frequência escolar.
Em nota divulgada pela Fiocruz, a pesquisadora e coordenadora do estudo Camila Bonfim, considera que os pré-requisitos para acesso ao Bolsa Família ajudam a explicar os resultados encontrados.
“Esses impactos na redução da mortalidade por causas naturais como doenças cardiovasculares, cânceres, doenças respiratórias e outras coisas, mostram como o programa promoveu um melhor acesso a serviços de atenção primária e exames de rotina, já que uma das condições para receber o benefício é esse acompanhamento”, explica.
De acordo com os pesquisadores, os resultados obtidos fornecem elementos para dialogar com as conclusões de outros estudos.
"Os programas de transferência de dinheiro têm sido associados a múltiplos benefícios adicionais, como a melhoria da segurança financeira e da estabilidade familiar e a redução da tensão financeira, que são fatores comumente associados a causas naturais de morte, como doenças cardiovasculares, e causas não naturais de morte, como suicídio e violência", registra o artigo publicado na PLOS Medicine.
O estudo em torno do Bolsa Família confirmou que, no caso do programa brasileiro, houve impacto relevante envolvendo a mortalidade por causas naturais e, consequentemente, a mortalidade total. De outro lado, os resultados para as mortes não naturais - como aquelas decorrentes de violência, suicídio, acidentes de trânsito e quedas - indicaram uma redução, porém ela não foi considerada estatisticamente significativa.
Idade e gênero
Os pesquisadores da Fiocruz também segmentaram os resultados por idade e gênero e constaram que o impacto positivo do Bolsa Família foi maior entre pacientes mulheres e jovens. As pessoas hospitalizadas com transtornos mentais que integraram a base de dados do estudo tinham idade entre 10 anos e um pouco mais de 100 anos. Na faixa etária entre 10 e 24 anos, notou-se que o benefício estava associado a uma redução de 44% na mortalidade por causas naturais e de 21% na mortalidade total.
O impacto positivo do Bolsa Família também foi bastante relevante entre as mulheres. Os resultados revelaram uma redução de 27% na mortalidade por causas naturais e de 25% na mortalidade total.
Outra conclusão do estudo é de que, caso o benefício tivesse sido concedido a todos as pessoas hospitalizadas por transtornos psiquiátricos que compuseram a base de dados, teriam sido evitadas pelo menos 4% das mortes registradas entre esses pacientes.
"Essas descobertas revelam um efeito notável, indicando que receber assistência financeira destinada ao alívio da pobreza pode potencialmente reduzir o risco de mortalidade neste subgrupo populacional vulnerável", registra o artigo.
Os pesquisadores destacam que os pacientes com transtornos psiquiátricos apresentam menor expectativa de vida em comparação à população em geral, de forma que os resultados obtidos reforçam a importância de se planejar estratégias de prevenção intersetoriais.
Ministério da Saúde monitora surto de vírus respiratório na China
Fabiana Aparecida, Ministério da Saúde
07/01/2025 15:27
Minuto Saúde
O Ministério da Saúde está acompanhando atentamente o surto de metapneumovírus humano (HMPV) na China, que tem causado infecções respiratórias, especialmente entre crianças do país.
De acordo com Marcelo Gomes, coordenador-geral de Vigilância da Covid-19, Influenza e outros Vírus Respiratórios do Ministério da Saúde, até o momento não há alerta internacional emitido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mas a vigilância epidemiológica brasileira está em constante comunicação com autoridades sanitárias da OMS e de vários países, incluindo a China, para monitorar a situação e trocar informações relevantes.
Segundo Gomes, as últimas atualizações de vigilância do Centro de Controle e Prevenção de Doenças da China (China CDC) apontam que a magnitude e intensidade das infecções respiratórias foram menores do que as registradas no mesmo período do ano anterior. No entanto, foi observado um aumento nas infecções respiratórias agudas, incluindo gripe sazonal, metapneumovírus humano (HMPV), infecção por rinovírus, vírus sincicial respiratório (VSR) e outros, particularmente nas províncias do norte chinês.
Embora o risco de uma pandemia seja considerado baixo pelos especialistas, o Ministério da Saúde salienta que é fundamental reforçar as medidas de prevenção e controle de infecções respiratórias.“É muito importante incentivar a vacinação entre os brasileiros, pois a imunização contra a covid-19 e a gripe é uma das maneiras mais eficazes de prevenção, especialmente para grupos prioritários como idosos, gestantes, crianças e pessoas com comorbidades. As vacinas contra covid-19 e influenza continuam sendo eficazes contra formas graves, reduzindo o número de hospitalizações e óbitos pelas variantes em circulação. Além disso, o uso de máscaras por pessoas com sintomas gripais e resfriados ajuda a diminuir a transmissão de todos os vírus respiratórios, inclusive o metapneumovírus”, explica Gomes.
Sobre o HMPV
O HMPV é um vírus respiratório que causa infecções nas vias respiratórias superiores e inferiores, e foi identificado pela primeira vez no Brasil em 2004. Desde então, o vírus tem sido monitorado como parte das atividades de vigilância epidemiológica do ministério, que inclui a coleta e análise de dados sobre doenças respiratórias. É um vírus conhecido no mundo e comum em casos de síndrome gripal (casos leves), podendo eventualmente evoluir para casos de síndrome respiratória aguda grave que requerem internação.
A vigilância do HMPV é realizada através do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica (Sivep), com a identificação de casos por meio dos Núcleos Hospitalares de Epidemiologia (NHEs) em serviços de saúde. Esses núcleos monitoram a circulação de diversos patógenos respiratórios, incluindo o HMPV, em diferentes regiões do país.
Guia de vigilância
Em resposta à evolução constante das ameaças respiratórias e à necessidade de consolidar, em um único documento, as recomendações vigentes relacionadas ao tema, a pasta publicou o Guia de Vigilância Integrada da Covid-19, Influenza e outros Vírus Respiratórios de Importância em Saúde Pública. O documento facilita o acesso da população, de profissionais e gestores de saúde às orientações detalhadas sobre prevenção, diagnóstico, tratamento e vigilância laboratorial, entre outros assuntos.A obra fortalece os esforços para aprimorar a vigilância epidemiológica no país e demonstra a necessidade de uma abordagem integrada para o monitoramento e controle de vírus respiratórios, considerando, além de SARS-CoV-2 e influenza, outros agentes de relevância sanitária.
A partir de dezembro de 2024, as vacinas contra a covid-19 passaram a fazer parte do calendário nacional de vacinação de gestantes e idosos. Os esquemas vacinais para cada público estão detalhados no site do Ministério da Saúde.
A vacinação é a forma mais eficaz de prevenção contra a gripe e suas complicações. A constante mudança dos vírus influenza requer um monitoramento global e frequente reformulação da vacina contra a gripe. Devido a essa mudança dos vírus, é necessário a imunização anual contra a gripe. Este imunobiológico oferecido no Sistema Único de Saúde (SUS) protege contra os três subtipos do vírus da gripe que mais circularam no último ano no Hemisfério Sul.
Medidas de higiene como lavar as mãos frequentemente com água e sabão ou o uso de álcool em gel, bem como a utilização de máscaras em locais fechados e com aglomeração de pessoas e o distanciamento seguro de pessoas com sintomas respiratórios, também são formas eficazes de prevenção.
Dor de cabeça pode ser perigosa? Veja 6 sinais de que é melhor ir ao médico
Viva Bem Uol
11/12/2024 15:53
Minuto Saúde
Dos incômodos capazes de tirar nosso sossego, as dores de cabeça estão entre os mais frequentes — cerca de 90% da população sofrem com algum tipo dela em algum momento da vida, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde). Os especialistas classificam as cefaléias em primárias (quando a dor em si é o problema) e secundárias (quando a dor é sintoma de outra patologia). A grande maioria das ocorrências é do primeiro tipo.
A seguir, veja quando é melhor consultar um médico do que apenas tomar um analgésico.
A dor de cabeça piora gradativamente
Pode ser um sinal da presença de um aneurisma, que é a dilatação de uma artéria que irriga o cérebro e pode se romper e sangrar ou comprimir estruturas vizinhas. Vale saber que é possível viver anos com um aneurisma cerebral e não apresentar sintomas. Se a dor de cabeça ficar mais forte com o tempo e não responder a analgésicos, no entanto, fique atento. Fatores genéticos, hipertensão e tabagismo, além de traumas na cabeça, estão entre as principais causas que levam à formação de aneurismas cerebrais.
A dor de cabeça ataca de repente
Uma cefaleia súbita e lancinante é típica do rompimento de um aneurisma cerebral e do vazamento de sangue no tecido cerebral, causa de um acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico. Conseguir atendimento médico o mais rápido possível é fundamental para minimizar o risco de sequelas, que podem ir da perda de movimento e funções cognitivas até a morte.
Você perde força e movimentos
Uma dor de cabeça comum associada com dificuldade para falar e andar, paralisia facial, tontura e formigamento nos membros, tontura pode sinalizar que alguém está sofrendo um AVC hemorrágico ou isquêmico (quando o entupimento de uma artéria por coágulo impede a irrigação do cérebro). Procure atendimento médico imediatamente.
A dor de cabeça surge depois de uma pancada
Você pode até se sentir bem depois de um trauma na cabeça, mas é importante ficar atento aos sintomas e a possíveis mudanças físicas e no comportamento nas primeiras 48 horas. A batida pode comprimir alguma área do cérebro ou provocar uma hemorragia intracraniana por causa do rompimento de alguma veia local. As consequências variam dependendo da região afetada, mas alterações na fala, visão ou movimentos, sonolência, confusão mental e formigamento no corpo, além de dor de cabeça, são alguns sinais de alerta.
Você também tem febre
Se uma dor de cabeça forte vier acompanhada do aumento da temperatura corporal e, às vezes, vômito, pode ser meningite. Trata-se da inflamação das meninges (membranas que recobrem o cérebro) decorrente de um processo infeccioso por vírus ou bactéria. Ambas são contagiosas e pedem cuidados, sendo que a meningite bacteriana é mais comum (há vários tipos de agentes causadores) e mais perigosa, pois pode causar danos cerebrais permanentes (como problemas de memória e concentração), convulsões, perda parcial ou total da visão e até levar à morte.
Você tem mais de 50 anos
A idade aumenta o risco de diversas doenças inflamatórias e autoimunes e mesmo uma dor de cabeça que parece comum passa a merecer mais atenção. A arterite temporal é um exemplo: trata-se da inflamação de vasos sanguíneos cranianos, o que compromete a circulação sanguínea local. Se sentir dor latejante nas laterais da testa e no couro cabeludo, fraqueza na mandíbula e nos membros superiores, procure a emergência do hospital, pois a demora no diagnóstico (feito por exame de sangue) e no tratamento pode levar a cegueira permanente.
Como qualquer atividade realizada em excesso, o uso exagerado de telas pode abalar a saúde mental das pessoas. A afirmação é do médico psiquiatra Audenis de Aguiar Peixoto, do Hospital Escola Portugal Ramalho (HEPR), unidade assistencial da Universidade de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal).
A exposição exagerada, segundo o psiquiatra, pode favorecer o desenvolvimento de sintomas ansiosos e depressivos, sobretudo quando há a necessidade de distanciamento das telas. Além disso, a utilização indiscriminada pode provocar inquietação, cefaleia, tristeza, irritabilidade, déficit cognitivo e de comunicação, que podem sugerir a necessidade de uma abordagem profissional.
Para evitar danos à saúde mental, Audenis de Aguiar Peixoto esclarece que é preciso moderação. De acordo com o médico, o tempo de exposição às telas vai variar conforme diversos fatores, como, por exemplo, a idade do usuário. Para o psiquiatra, o fundamental é buscar equilibrar o uso com outras atividades.
“Essa recomendação deve considerar aspectos individuais. O que não pode acontecer é uma criança de dois ou três anos de idade, por exemplo, usar três horas de tela por dia; um adolescente ou um adulto usar mais de sete horas em um dia, que é o que os dados atuais mostram. O excesso adoece”, evidencia o médico, complementando que comportamentos exagerados podem não somente comprometer a saúde mental, como implicar na postura, no sono, na capacidade visual e em outros sistemas.
De acordo com Audenis Aguiar Peixoto, a Sociedade Brasileira de Pediatria não recomenda que crianças menores de dois anos sejam expostas a telas. “Os prejuízos do uso precoce de telas vão desde o risco do vício ao isolamento social, ao déficit de comunicação, aos prejuízos afetivos, problemas comportamentais, birra, problemas físicos, visuais, prejuízo no rendimento escolar, problemas alimentares e do sono, obesidade, entre tantos outros que envolvem a saúde física e mental dessa criança”, ressalta.
Uma das consequências do uso excessivo de telas pode ser o desenvolvimento da nomofobia, que é o medo de ficar longe do celular. Apesar dessa fobia ser comum entre os jovens, Audenis de Aguiar Peixoto enfatiza que este perfil também tem crescido nos idosos ao longo dos últimos anos.
“Segundo os estudiosos do assunto, os idosos foram estimulados a utilizar telas, sobretudo por se sentirem abandonados em uma época em que, mesmo quando juntos, os mais jovens preferem os celulares a uma boa conversa presencial”, aponta o psiquiatra, lembrando que o uso de telas aumentou bastante depois da pandemia da Covid-19.
O médico psiquiatra alerta que a população deve estar atenta e procurar auxílio profissional ao se deparar com essa dependência. “O portador dessa situação evita outras atividades, sente-se preso ao aparelho, vive em uso constante dele, muitas vezes nas horas de refeições, estudos e até de dormir. Isola-se e prefere ficar em casa, em seu ‘cantinho’”, reitera o médico, despertando que o hábito indisciplinado das telas pode alterar, inclusive, o funcionamento e a estrutura do cérebro.
Audenis de Aguiar Peixoto recomenda que, pelo menos meia-hora antes de dormir, deve-se evitar o uso de telas. “Isso faz parte da própria higiene do sono. A produção de melatonina parece diminuir com o uso de tela até mais tarde, prejudicando o início do repouso”, conclui.
Maioria mente na terapia; qual o problema disso e como se expressar melhor
Viva Bem Uol
18/03/2024 09:45
Minuto Saúde
Um estudo feito por pesquisadores da Universidade Columbia (EUA) mostrou que mentir na terapia é algo comum. Publicada em 2015, a pesquisa pediu para que 547 pessoas respondessem a um questionário online e revelou que 93% dos participantes já mentiram para o terapeuta.
Entre as inverdades ditas aos profissionais, as mais comuns incluem afirmações sobre gostar dos comentários feitos por psicólogos/psiquiatras, criar falsas justificativas para quando se atrasou ou faltou às sessões e fingir considerar o tratamento eficaz. Há quem ainda encubra sentimentos e desejos, como o de querer encerrar a terapia.
Agora, sobre os motivos para essas lorotas, o que mais se ouve dos pacientes ao serem questionados, segundo fontes consultadas pelo VivaBem, é:
Querer ser educado, agradar, impressionar ou não chatear o terapeuta;
Evitar desconfortos e constrangimentos;
Desviar o foco de assuntos complexos, íntimos ou muito traumáticos;
Não ser tratado de forma "diferente", como alguém incompreendido;
Temer ser encaminhado para uma clínica ou hospital psiquiátrico;
Negar insegurança, minimizar sofrimentos e abusos, não ser criticado.
Mas saiba que mentir em terapia não é nada positivo, por mais que a intenção possa parecer, digamos, louvável.
Por que é melhor ser verdadeiro?
Honestidade é fundamental para o crescimento pessoal e sucesso do tratamento, afirma Flávio Henrique Nascimento, psiquiatra pela UFPI (Universidade Federal do Piauí). Tanto paciente quanto terapeuta devem trabalhar juntos, pela confiança e compreensão mútua. "Com informações falsas ou incompletas, a relação acaba minada, o direcionamento fica limitado e o progresso prejudicado", diz o médico.
Na prática, autoconhecimento, desenvolvimento de habilidades, enfrentamento de situações e mudanças são atrasados ou impedidos. "O principal prejudicado com as mentiras é o próprio paciente, que pode ficar também com uma ideia de desvalorização da terapia, pensando que ela não serve para ajudá-lo", completa Larissa Lauriano, psiquiatra e professora da Afya Educação Médica de Fortaleza.
O risco de se receber diagnósticos e prescrições erradas também aumenta. Se envolver falsos sintomas ou melhoras, medicamentos sem necessidade podem ser utilizados ou então descontinuados. Há risco até de receber alta antecipada.
Tem mais. Caso a mentira seja descoberta, o psicólogo pode ficar numa posição ética delicada, principalmente se estiver envolvido em casos de confidencialidade e proteção ao paciente. Portanto, a advertência para não inventar vale tanto para quem mente, como para quem, com frequência, busca minimizar ou omitir fatos.
Nem sempre a mentira é proposital
Apesar de haver recomendação para se falar a verdade, julgamentos não cabem nesse assunto. Isso porque o paciente pode mentir tanto consciente quanto inconscientemente, o que é esperado. Às vezes, a mentira que emerge pode ser fruto de fantasia ou distorção, mas é a "verdade" dele naquele momento.
"É um mecanismo de defesa não intencional", aponta Yuri Busin, psicólogo pós-graduado pela PUC-RS. Da mesma forma, sinais como discurso truncado ou evasão de temas propostos podem indicar resistência ou falta de prontidão para abordar certos assuntos. Na dúvida, o psicólogo ou psiquiatra devem ficar atentos.
Há pacientes não preparados para encararem a si e as suas próprias verdades, ou que ainda sofrem de transtornos, como a mitomania (mentira compulsiva). "Mas o tratamento não deve ser interrompido por isso de forma alguma. Só é indicado trocar de profissional se a conexão entre as partes não for estabelecida, ou o paciente não se sentir à vontade, mesmo passado algum tempo", continua Busin.
Como falar sobre si sem mentir
Revelar seu eu interior para alguém, por mais que seja um especialista em saúde mental, nem sempre é uma tarefa fácil. Mas deve ser feito, pelo bem do paciente. Se quiser contar algo que ocorreu de forma honesta e eficaz, planeje sua argumentação com antecedência.
Na sessão, explique sobre qual problema ou área da vida deseja falar a respeito. Isso ajuda a criar pontos de referência para medir o progresso do tratamento e até a conduzir o terapeuta. "Lembre-se de que o ambiente da terapia é neutro, não há julgamentos, não há críticas. O psicoterapeuta tem o dever de acolher e procurar entender as suas demandas, assim como assegurar seu sigilo", explica Lauriano.
Portanto, não retenha informações, diga tudo o que vier, mesmo que não pareça relevante. Às vezes, o que parece pequeno ou sem importância pode, na verdade, estar conectado a padrões de pensamento, crenças ou questões mais profundas, fornecendo pistas valiosas sobre nossa personalidade, experiências e emoções.
Com dificuldades para se expressar, também são estratégias bem-vindas:
Escrever uma carta ou fazer um esboço visual do que se está se sentindo;
Usar metáforas ou analogias, como: "Sinto-me como um barco à deriva";
Em vez de tentar explicar tudo de uma vez, divida o que deseja compartilhar em pequenas partes. Comece com uma e vá construindo a narrativa aos poucos;
Seja paciente consigo. Reconheça que é normal ter dificuldades para se expressar. Não se sinta pressionado a encontrar as palavras perfeitas de imediato;
Pausar, respirar fundo e ir devagar ajuda a organizar seus pensamentos e encontrar as palavras certas;
Diga ao terapeuta que você está tendo dificuldade para se expressar.
Contar que mentiu mostra amadurecimento e estar pronto para enfrentar os motivos que estão conectados ao sofrimento. Pode ser um ponto de partida para explorar suas raízes, reconstruir a confiança e evitar novos problemas não somente na terapia, como na vida pessoal.
Flávio Henrique Nascimento, psiquiatra pela UFPI
Síndrome do intestino irritável não causa apenas desconforto; veja riscos
Viva Bem, Uol
25/01/2024 20:23
Minuto Saúde
Imagem: Reprodução/Globoplay
BBB 24: Yasmin disse no programa que tem síndrome do intestino irritável
Queixas que há anos eram ouvidas e tratadas com chás e bolsas de água quente, hoje são caso de preocupação, principalmente quando alguém como Yasmin Brunet relata sofrer de síndrome do intestino irritável, ou SII, em pleno BBB 24.
Os chás e a bolsa de água quente na região da barriga eram comumente usados para aliviar os inchaços, dores e contrações que eventualmente alguém sofria, "sem causa aparente". No caso da SII, esses são alguns sintomas.
Dor abdominal, inchaço, formação de gazes, desconforto forte em alguma porção (esquerda ou direita) são sintomas frequentes de quem sofre dessa condição, mas vamos além:
A SII causa uma inflamação de baixo grau e crônica na parede intestinal. Esse problema, além de causar dores locais, é também uma possibilidade de surgimento de síndrome do intestino permeável, ou leaky gut.
O termo leaky gut se refere à condição em que a barreira intestinal, que normalmente impede a passagem indesejada de substâncias do intestino para o sangue, torna-se mais permeável. Isso pode permitir que partículas maiores, como toxinas, bactérias e alimentos não digeridos, atravessem a parede intestinal e entrem na corrente sanguínea. Essa condição tem sido associada a vários problemas de saúde, incluindo doenças autoimunes e inflamatórias.
Em se tratando de intestino, o que preocupa é a interferência na função que ele exerce no corpo como um todo, modulando positiva ou negativamente a saúde de uma pessoa. Quando o paciente está com uma síndrome que causa inflamação e desconfortos, a cascata de acontecimentos é longa, se não tratada adequadamente:
Inflamação local;
Disbiose, com crescimento de bactérias e microrganismos de perfil pró-inflamatório;
Inflamação local com repercussão para inflamação sistêmica (crônica de baixo grau);
Mucorreia, condição típica de SII e também de algumas outras patologias do cólon, que se caracteriza pela perda de muco pelas fezes;
Progressão para outras condições, como leaky gut, ou intestino permeável, aumentando os riscos de doenças associadas e autoimunes, devido aos metabólitos e moléculas que passam do ambiente intestinal para a corrente sanguínea.
Fica claro que um paciente com a síndrome se sente desconfortável em determinadas situações, como comer na rua, situações estressantes e trocas de temperatura no ambiente.
Tudo isso que a participante Yasmin está vivenciando lá dentro, mas de forma concentrada: estresse, ansiedade, desregulação do ritmo circadiano (sem horários ou rotina), alimentos que fogem do controle dela dentro de sua dieta.
Para muitas pessoas, a SII é dita como algo simples, que causa apenas diarreia ou constipação, que são desconfortáveis ao indivíduo, mas que não causam tanto mal assim para a saúde. Mas é exatamente o contrário: a SII não apenas causa essas alterações do transito intestinal, como irrita o eixo intestino-cérebro-intestino, e a longo prazo aumenta os riscos de formação de pólipos e divertículos, danos na mucosa e motilidade intestinal.
Sabe-se que um padrão na composição das bactérias pode estar associado ao aumento de condições patológicas, a logo prazo, como uma edotoxemia, condição grave de saúde que leva a consequências médicas mais preocupantes. Por isso é tão importante que o paciente que suspeite de SII procure um profissional para guiar sua alimentação, realizar modulação intestinal ou então, em situações mais importantes, recomendar medicamentos como antiespasmódicos e relaxantes musculares.
Como diagnosticar a SII
Critério de ROMA IV, no qual o paciente deve obrigatoriamente apresentar alguns pontos, como:
Sintomas recorrentes de dor abdominal:
Deve haver dor abdominal pelo menos uma vez por semana nos últimos três meses
Associação com dois ou mais dos seguintes critérios:
Presença de dor: a dor abdominal está associada a mudanças nos hábitos intestinais, como início ou alívio da dor durante a evacuação
Frequência: pode haver uma alteração na frequência das evacuações.
Formato e consistência: pode haver uma alteração na forma ou consistência das fezes (por exemplo, fezes duras ou aquosas)
Duração dos sintomas:
Os sintomas devem ter começado pelo menos seis meses antes do diagnóstico.
Mas esses critérios devem excluir presença de outras doenças como câncer colorretal ou doença celíaca
Exames de microbioma intestinal são extremamente úteis no que diz respeito à modulação intestinal. Neles, detectamos um perfil de bactérias com predominância de filos e espécies, relacionados com uma melhora dos sintomas e qualidade de vida do paciente.
Diabetes tipo 1: por que ele, agora, deu para aparecer em bebês e idosos?
Viva Bem Uol
11/12/2023 14:54
Minuto Saúde
Divulgação
Dia de combate ao Diabetes
Vou começar pelo fim: por enquanto, ninguém sabe a resposta da pergunta no título. Trata-se de um dos mais recentes mistérios da Medicina.
A imagem que ilustra esta coluna, porém, não tem segredo para os médicos. É a de uma molécula de insulina, hormônio que, feito chave, permite que a glicose presente na circulação entre para abastecer de energia cada uma de nossas células.
No entanto, existem pessoas em que esse açúcar fica dando sopa no sangue, sem entrar em célula alguma, simplesmente porque o organismo perdeu a sua chave. Nelas, o sistema imunológico cisma que as células beta do pâncreas, encarregadas de fabricar a tal da insulina, são inimigas mortais e, por isso, as destrói sem dó, nem piedade. É esse, basicamente, o mecanismo do diabetes tipo 1.
Só que essa doença, que, salvo raríssima exceção, era diagnosticada sempre no final da infância e na adolescência, cada vez mais aparece nos extremos de idade. Isto é, aumentam a olhos vistos os diagnósticos em bebês entre 6 meses e 2 anos e em senhores e senhoras sexagenários ou até mais velhos.
Aliás, um estudo publicado na revista The Lancet, assinado por cientistas australianos, canadenses e americanos, deixa claro que, atualmente, há mais novos casos em adultos do que em crianças. E boa parte desses adultos são maduros pra valer, com seus 65, 70, 80 anos até.
"O que chama a atenção é que, hoje, a faixa acima de 60 anos já tem uma incidência igual à da criança e, até bem pouco tempo atrás, ninguém imaginava flagrar o diabetes 1 em alguém com essa idade", comenta a endocrinologista pediátrica Monica Gabbay, que é professora da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), onde também coordena o Ambulatório de Bomba de Infusão de Insulina.
O flagrante nos idosos
No início, quando centros do mundo inteiro passaram a encontrar gente com diabetes tipo 1 na terceira idade, até houve um questionamento: "Será que eram pessoas que já tinham uma doença que passou despercebida esse tempo todo ou será que ela realmente tinha surgido mais tarde? A prática vem reforçando a aposta na segunda opção", afirma a professora.
Segundo ela, agora é relativamente comum um endocrinologista receber indivíduos com sintomas de diabetes por volta dos 65 anos e as dosagens no sangue confirmarem uma glicemia nas alturas. Então, a primeira suspeita é que seria mais um paciente com diabetes tipo 2 ou até mesmo com LADA (sigla em inglês para "diabetes autoimune latente do adulto"). Mas, na hora do vamos ver, nota-se que é um diabetes tipo 1 legítimo.
Acidente Vascular Cerebral causou quase 89 mil mortes no país em 2023
Brasil 61
30/10/2023 10:33
Minuto Saúde
Foto: Agência Brasil
Em 29 de outubro é celebrado o Dia Mundial do AVC; obsidade e sobrepeso estão entre os fatores de risco
Quase 89 mil pessoas morreram em 2023 vítimas de Acidente Vascular Cerebral (AVC), de acordo com o Portal de Transparência dos Cartórios de Registro Civil do Brasil. Segundo a Rede Brasil AVC, a doença é uma das principais causas de mortes no Brasil.
Estudo recente publicado pela revista científica Lancet Neurology alerta que o mal súbito pode causar cerca de 10 milhões de mortes no mundo por ano até 2050 — e os países de baixa e média renda devem ser os mais afetados.
Em 2020, 6,6 milhões de pessoas morreram no mundo em decorrência da doença. Conforme o estudo, a falta de consciência das pessoas sobre o AVC é uma das principais barreiras identificadas. Neste domingo, 29 de outubro, celebra-se o Dia Mundial do AVC, voltado para a conscientização da população.
O neurocirurgião e especialista em doenças cerebrovasculares Victor Hugo Espíndola lembra que se trata de uma condição que tem tratamento e ressalta a importância de identificar a doença da maneira mais precoce possível para a obtenção de melhores resultados no tratamento e, assim, reduzir o número de mortes e evitar sequelas. O neurocirurgião destaca ainda que a doença é extremamente grave, mas pode ser prevenida.
“Vale lembrar que a prevenção do AVC é a coisa mais importante que tem, a gente consegue evitar até 80% dos AVCs com bons atos de vida, então é fazendo atividade física regular, alimentação adequada, controlando a pressão arterial, controlando o diabetes, controlando a obesidade, então mantendo-se um estilo de vida saudável, com alimentação saudável, com atividade física, a gente consegue evitar a grande maioria dos AVCs”, afirma.
Espíndola explica que os médicos costumam utilizar o acrônimo “SAMU” para identificar rapidamente um AVC. “S, a gente pede para o paciente sorrir. Se tiver uma assimetria de face, uma boca torta, um sorriso torto, a gente tem que suspeitar de AVC. O A, de abraço, a gente pede para o paciente levantar os dois braços e ver se tem diferença de força de um braço do outro. O M, de música, pede para o paciente cantar uma música, recitar um poema, conversa com ele. Se tiver alguma dificuldade de exercer alguma dessas funções, você tem que suspeitar que ele possa estar tendo um AVC. E o U de urgência.”
AVC
A biomédica Miriam Gontijo sofreu um AVC aos 33 anos, nove dias após o nascimento da filha mais nova. Hoje ela tem 45 anos. Miriam conta que foi ao hospital depois de um desconforto respiratório e lá descobriu que estava com a pressão muito alta. Enquanto os médicos investigavam as possíveis causas, passou a ter fortes dores de cabeça e vômitos. Depois, teve uma convulsão e ficou em coma induzido.
“Foi quando identificaram o AVC hemorrágico dos dois lados do cérebro. Realizaram a inserção de cateter para poder drenar e fiquei em coma induzido por 18 dias. Após isso, fiquei hospitalizada por 32. Quando todos acharam que eu não conseguia nem me restabelecer, saí do hospital andando, falando, sem nenhuma sequela. E não tomo nenhuma medicação. Já se passaram 12 anos e aqui estou para contar a história com muito orgulho, muito carinho, muita gratidão a Deus”, conta.
Segundo o Ministério da Saúde, existem dois tipos de AVC, que ocorrem por motivos diferentes. O mais comum é o isquêmico, responsável por 85% dos casos. Ocorre quando a passagem de oxigênio para as células cerebrais é impedida por uma obstrução arterial.
Já o hemorrágico representa 15% dos casos e é causado por um rompimento de um vaso cerebral que provoca hemorragia. De acordo com o ministério, o diagnóstico é feito por meio de exames de imagem para identificar a área do cérebro afetada. Em caso de um dos sintomas abaixo, a recomendação é ligar imediatamente para o número 192, do Serviço de Atendimento Médico de Urgência.
Sintomas
- Fraqueza ou formigamento na face, no braço ou na perna, especialmente em um lado do corpo;
- Confusão mental;
- Alteração da fala ou compreensão;
- Alteração na visão (em um ou ambos os olhos);
- Alteração do equilíbrio, coordenação, tontura ou alteração no andar;
- Dor de cabeça súbita, intensa, sem causa aparente.
Fatores de Risco
- Hipertensão;
- Diabetes tipo 2;
- Colesterol alto;
- Sobrepeso;
- Obesidade;
- Tabagismo;
- Uso excessivo de álcool;
- Idade avançada;
- Sedentarismo;
- Uso de drogas ilícitas;
- Histórico familiar;
- Ser do sexo masculino.
Pílula do dia seguinte: o que prejudica seu efeito? Pode usar sempre?
Viva Bem, uol
20/10/2023 10:56
Minuto Saúde
Imagem: iStock
A pílula do dia seguinte é uma aliada para quem tem medo de engravidar após alguma relação sexual desprotegida ou com alguma falha na proteção.
Mas não pense que é só comprar e esperar funcionar automaticamente. Existem algumas regrinhas para preservar sua eficiência e até cuidar da sua saúde. Confira a seguir:
Como a pílula do dia seguinte funciona? Qual é sua eficácia?
A pílula do dia seguinte não age como um anticoncepcional comum: seu principal componente é derivado de progesterona, mais comumente o levonorgestrel, que ao ser ingerido afeta o ciclo menstrual.
A dosagem costuma ser alta e o principal mecanismo de ação dela é impedir a ovulação ou retardá-la. Isso porque quando o corpo percebe que há bastante progesterona no corpo, a hipófise acredita que a ovulação já ocorreu e adia a próxima.
Caso você já tenha ovulado, ela ainda vai agir na musculatura das trompas, relaxando-as e atrapalhando o transporte dos óvulos, que se torna mais lento, fazendo com que os espermatozoides não cheguem a tempo. Ao mesmo tempo, a secreção vaginal fica mais espessa, o que também atrapalha o transporte dos gametas masculinos.
Sua eficácia é de 90%, mas isso depende do momento em que for tomada: apesar de o nome citar o dia seguinte, ela deve ser consumida o mais rápido possível: caso utilizada após 72h do ato sexual, a diminuição de eficácia é inferior a 50%.
O que corta o efeito da pílula do dia seguinte?
Alguns estudos que mostram um tipo de interação medicamentosa com alguns anticonvulsivantes, barbitúricos, rifampicina (medicamento para a tuberculose) e alguns antibióticos como a amoxicilina e tetraciclina, que faz com que um interfira no efeito do outro.
Situações físicas que atrapalhem a absorção da pílula do dia seguinte também interferem em sua eficácia, como:
Doenças intestinais como Crohn, doença celíaca, entre outras;
Cirurgia bariátrica bypass;
Doenças hepáticas;
Vômito até 2 horas após sua ingestão.
A que horas devo tomar a pílula do dia seguinte?
Como já explicado, o ideal é tomá-la o mais rápido possível, pois a eficácia vai diminuindo a cada hora. Normalmente, os fabricantes colocam o tempo máximo de 72 horas (que é o tempo que garante menor ocorrência de falhas), mas se você toma nas primeiras 24 horas, melhor ainda.
Não há um horário melhor do dia para seu consumo: a única referência deve ser há quanto tempo você teve a relação sexual de risco.
Há quem a consuma antes da relação sexual também, o que mantém sua eficácia, desde que não seja com uma grande antecedência.
Por que só devo usá-la de vez em quando?
Normalmente, recorrer muitas vezes à pílula do dia seguinte significa que você deveria procurar algum tipo de método anticoncepcional de mais longa duração. Vale lembrar que a quantidade de hormônio nesta pílula é muito alta.
Estudos indicam que esse uso contínuo pode ser prejudicial para pessoas com história de doença cardiovascular grave (doença cardíaca isquémica, AVC, tromboembolismo), cefaleia (migrânea) e hepatopatia grave, incluindo icterícia.
Aumenta também o risco de sangramento vaginal, tontura, náusea, inchaço, ou seja, todos os efeitos colaterais aumentam, inclusive se você já tem algum risco de trombose. Além disso, usá-la já no próximo mês pode reduzir sua eficácia, já que houve uma alteração no seu ciclo menstrual.
Os outros anticoncepcionais de longa duração costumam ter uma eficácia maior do que a pílula do dia seguinte, mas com menores taxas hormonais. Portanto, se você tem sentido vontade de recorrer à pílula do dia seguinte por não usar outras métodos, que tal falar com seu ginecologista?
Outro ponto importante é que qualquer anticoncepcional hormonal não tira a importância da camisinha como método de barreira para ISTs (infecções sexualmente transmissíveis) como Aids, gonorreia, sífilis, clamídia, entre outras.
A cada hora, doenças do aparelho circulatório matam 44 pessoas no Brasil
Viva Bem, Uol
05/10/2023 16:27
Minuto Saúde
Uol
A cada hora, doenças do aparelho circulatório matam 44 pessoas no Brasil
As mortes por doenças cardiovasculares, como infarto, hipertensão arterial e isquemias cardíacas provocadas por obstrução de artérias vêm aumentando nos últimos anos no Brasil.
É o que revelam os dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde compilados pelo Observatório de Atenção Primária à Saúde da Umane, organização civil sem fins lucrativos que apoia iniciativas de saúde pública.
Segundo a Umane, houve 382.507 mortes devido a doenças do aparelho circulatório e cardíacas no país em 2021, o que corresponde a 1.044 mortes por dia ou 44 por hora.
A atual mortalidade de 188 por 100 mil habitantes é a maior dos últimos vinte anos e mais alta que a taxa dos Estados Unidos de 128 por 100 mil (Opas).
As mortes por doenças circulatórias são um pouco mais frequentes em homens (52,4%) do que em mulheres (47,6%), de acordo com os dados, e acontecem principalmente em pessoas com mais de 64 anos (72,4%). Mais da metade dos óbitos ocorreram em pessoas brancas (51,2%) e 45,9% em pretas e pardas.
Um dado que chama a atenção diz respeito à escolaridade das pessoas que morreram por doenças do aparelho circulatório: 64% das mortes ocorreram em indivíduos com menos de sete anos de estudo, o que demonstra que as pessoas menos escolarizadas são as mais vulneráveis.
Os números corroboram uma tendência que muitos especialistas em saúde pública chamam de epidemia de doenças não transmissíveis, também conhecidas como doenças crônicas, como as doenças cardiovasculares, diabetes e câncer.
O aumento da longevidade da população, associado a maus hábitos de vida, como sedentarismo e má alimentação, mudou o perfil da saúde de parte significativa da população mundial. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 74% das mortes ocorram devido a esses eventos, sendo 86% em países de baixa e média renda.
"Segundo a Organização Mundial da Saúde, 7 milhões de mortes poderiam ser evitadas até 2030 se os países de baixa e média renda, como o Brasil, investissem o adicional de um dólar por pessoa por ano na prevenção e tratamento de doenças crônicas não transmissíveis, como hipertensão e diabetes", explica Evelyn Santos, gerente de articulação e novos projetos da Umane.
Hipertensão e outros fatores de risco
As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte não apenas no Brasil, mas no mundo todo.
De acordo com o Ministério da Saúde, os principais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares são o tabagismo, o colesterol em excesso, hipertensão, obesidade, estresse, depressão e diabetes.
"A hipertensão arterial, por exemplo, é o fator de risco mais relevante associado à ocorrência de infartos, AVCs e insuficiência cardíaca na América do Sul. Também é o segundo fator de risco associado à mortalidade precoce. A hipertensão é fácil de ser detectada e os tratamentos são efetivos e disponíveis, mas há necessidade imperiosa de controle efetivo deste fator de risco. Apenas 15% dos pacientes hipertensos no Brasil têm pressão arterial sob controle", explica Álvaro Avezum, diretor do Centro Internacional de Pesquisa do HAOC (Hospital Alemão Oswaldo Cruz) e professor livre-docente da USP.
De acordo com a OMS, é possível prevenir as doenças cardiovasculares com medidas de saúde pública, como impostos para reduzir a ingestão de alimentos ricos em gorduras, açúcares e sal e a construção de vias para caminhada e ciclismo, e também individuais.
Vejam as principais:
controlar o peso, evitando a obesidade;
manter a pressão arterial e a glicemia dentro dos limites recomendados;
ter uma alimentação balanceada, evitando o consumo excessivo de ultraprocessados, como bolachas recheadas e refrigerantes;
não fumar;
evitar o consumo de álcool;
e praticar atividade física regularmente
"90% dos infartos agudos do miocárdio e dos acidentes vasculares cerebrais podem ser evitados por meio de prevenção e controle de dez fatores de risco, de fáceis de identificação e implementação", finaliza Avezum.
Tosse e falta de ar: vírus assusta Austrália e já está na Europa e EUA
Viva Bem Uol
29/09/2023 17:47
Minuto Saúde
Imagem: Steve Christo / AFP
Maior parte dos casos de metapneumovírus é registrado em Nova Gales do Sul, na região de Sydney
Febre, tosse, nariz escorrendo, dificuldade para respirar: os sintomas são similares a outros vírus respiratórios. No entanto, o metapneumovírus humano está levando os especialistas em saúde da Austrália a apelar à vigilância.
As autoridades do país registram uma quantidade de casos menor do que a covid-19 ou a gripe. Mas o flagelo pode ter como consequência riscos graves para as pessoas mais vulneráveis.
"É um vírus que foi negligenciado durante um bom tempo", lembra o virologista John-Sebastian Eden, pesquisador da universidade de Sydney, em entrevista à RFI. “Não é o mais letal, nem aquele que causa o maior número de hospitalizações, mas causa um impacto com o aumento de casos”, diz.
Eden lembra que, principalmente no estado de Nova Gales do Sul, na região de Sydney, sudeste do país, o metapneumovírus vem se disseminando rapidamente nas últimas semanas. "Há pessoas com infecções das vias respiratórias inferiores que têm que ser internadas e outras que correm risco de vida", salienta.
Risco de pandemia?
Pessoas idosas e crianças de menos de cinco anos são consideradas como grupos de risco diante do vírus. Em apenas uma semana, 1.168 casos foram detectados em Nova Gales do Sul, mas especialistas acreditam que o verdadeiro número de contaminações seja muito superior. Há grande preocupação também com a propagação da doença a outros estados.
Os profissionais da saúde australianos são unânimes em afirmar que não há temor que o metapneumovírus se transforme em uma pandemia, como a de covid-19. Por outro lado, as autoridades pedem que os doentes permaneçam em suas casas e que os gestos básicos de prevenção sejam adotados para diminuir as transmissões da doença.
Metapneumovírus nos EUA e Portugal
Além da Austrália, os Estados Unidos e Portugal registraram nos últimos meses casos da doença. Segundo os Centros para o Controle e Prevenção de Doenças (CDC), quase 20% dos testes de antígeno atestavam positivo ao metapneumovírus em março, uma percentagem 36% superior em comparação com antes da pandemia de covid-19.
Nos Estados Unidos, a doença atinge principalmente crianças. Bebês com idades inferiores a dois anos são os que têm o maior risco de desenvolver complicações como bronquiolites, segundo informações dos CDC.
Já Portugal viveu um pico de contaminações em junho. De acordo com a imprensa portuguesa, desde o último trimestre de 2022, quase mil casos foram registrados no país. No total, 53% das infecções foram detectadas em crianças com idade inferior a cinco anos.
Zumbido catastrófico: sintoma pode levar pessoa a tirar a própria vida
Metrópoles
22/09/2023 17:53
Minuto Saúde
Getty Images
Em alguns casos o zumbido constante pode causar até ideações suicidas.
Já imaginou como seria a sua vida se você ouvisse um barulho o tempo todo? Um som constante, como um apito que nunca para? A sensação é tão perturbadora que ganhou um nome à altura: zumbido catastrófico.
O zumbido possui cinco graus de gravidade: temporário, leve, moderado, severo e catastrófico. No nível mais elevado, pode causar desespero e sensação de impotência, sentimentos que, a longo prazo, podem fazer aparecer distúrbios mentais.
De acordo com o otorrinolaringologista e especialista em zumbido Amadeu Alcântara, da clínica Otorrino DF, em alguns casos o zumbido constante pode causar até ideações suicidas.
“O que ocorre é um aumento da tensão mental, e muitos pacientes acabam desenvolvendo também bruxismo ou insônia. O zumbido fica insuportável, e alguns indivíduos acabam atentando contra a própria vida para alívio do sofrimento”, esclarece o médico.
Diagnosticado com Parkinson, Suplicy faz tratamento com cannabis
Metrópoles
19/09/2023 10:24
Minuto Saúde
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Diagnosticado com Parkinson, Suplicy faz tratamento com cannabis
O deputado estadual Eduardo Suplicy (PT) afirmou que foi diagnosticado com a doença de Parkinson no fim do ano passado. Com tremores nas mãos e dores musculares na perna esquerda, o petista vem se tratando, desde fevereiro, com cannabis medicinal.
A revelação foi feita por Suplicy ao jornal Folha de S.Paulo. Em entrevista, o deputado afirmou que a doença está em estágio inicial e, por enquanto, seus sintomas são leves.
“Eu estava com certos tremores nas mãos, especificamente na hora de comer, de segurar os talheres, de tomar uma sopa. Tremia um pouco”, disse o petista na entrevista. “Tinha também dores musculares na perna esquerda.” Ele contou, ainda, ter algum desequilíbrio, que o fazia quase cair ao tropeçar em algum objeto.
Suplicy contou ter importado um vidro de cannabis industrializada e defendeu que sua distribuição seja regulamentada no Brasil. Atualmente, apenas pacientes com algum poder aquisitivo conseguem bancar o tratamento.
Na entrevista, o deputado afirmou que está tomando cinco gotas do medicamento no café da manhã, cinco gotas à tarde e outras cinco à tarde. Ele também usa o Prolopa, remédio contra o Parkinson.
Nesta terça-feira (19/9), Suplicy pretende participar de uma audiência pública na Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados. O grupo vai discutir a regulamentação do cultivo e da distribuição da cannabis no país.
Ela quebra mito de fura-fila do Faustão: 'Tive órgão em 24 h sem ser rica'
Viva Bem Uol
31/08/2023 08:25
Minuto Saúde
Imagem: Arquivo Pessoal
Michelle, 30, recebeu transplante 24 horas após entrar na lista de espera
"Se o Faustão é rico por conseguir um transplante em alguns dias, eu sou milionária". Foi com essa publicação em tom de brincadeira que Michelle Fernanda Luckesi, de 30 anos, tentou chamar a atenção dos seus seguidores nas redes sociais e derrubar boatos sobre a lista de transplantes de órgãos no Brasil.
Nos últimos dias, espalharam-se comentários falsos de que o apresentador Fausto Silva, 73, teria furado a fila de transplante de órgãos por ter dinheiro e ser famoso. Mas é importante saber que a lista do SUS não leva em consideração a condição socioeconômica da pessoa que precisa do órgão.
A moradora de São Paulo foi diagnosticada com hepatite autoimune, doença que comprometeu o funcionamento do fígado e consequentemente de outros órgãos. Internada em estado grave, ela conseguiu um novo órgão em apenas 24 horas.
Michelle conta que o transplante ocorreu quando ela tinha apenas 18 anos. Na época, a jovem levava uma vida como qualquer garota da sua idade.
"Eu era completamente saudável, não ficava nem gripada", diz.
No entanto, Michelle, que hoje é aposentada por invalidez, relata que um dia acordou com dores de cabeça e vômito. Depois, surgiram pintas avermelhadas na pele e a jovem começou a ter febre.
Ao procurar um posto de saúde, os médicos suspeitaram que ela estaria com dengue e pediram para a paciente retornar em três dias, caso os sintomas não melhorassem.
"Os sintomas não melhoravam e eu me sentia cada vez pior. Dois dias depois, procurei outro pronto-atendimento e também não chegaram a nenhum diagnóstico. No outro dia, eu já estava muito fraca. Foi quando minha mãe me levou a outro hospital e lá decidiram me internar", diz Michelle.
Segundo a jovem, foram feitos diversos exames, mas os médicos não conseguiam chegar a um diagnóstico. Após dois dias de internação, Michelle entrou em coma e precisou ser transferida para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
“Meu estado se agravou muito rápido e descobriram que meu fígado entrou em falência, e outros órgãos já estavam sendo prejudicados. Eu estava em estado gravíssimo”.
Os médicos chegaram a fazer exames para verificar se Michelle ainda tinha atividades cerebrais. Como o resultado foi positivo, ela foi colocada em primeiro lugar na fila de transplante de fígado, devido à urgência do caso.
Michelle fez transplante de fígado aos 18 anos
Imagem: Arquivo Pessoal
"Os médicos falaram que eu só resistiria mais 48 horas sem um novo órgão. No dia seguinte, apenas 24h após entrar na fila, um fígado apareceu e eu pude fazer o transplante", recorda.
Ao ver publicações falsas e comentários equivocados sobre supostos benefícios do apresentador Faustão por ter conseguido um novo coração após 19 dias de espera, a jovem destaca que as pessoas precisam buscar entender como funciona o Sistema Nacional de Transplantes e incentivar a doação de órgãos.
"Eu vi muitas pessoas escrevendo coisas absurdas sobre 'furar fila'. Entendo a revolta, é angustiante viver sofrendo com uma doença grave. Mas não concordo com o que dizem. Existem muitos meios de informações sobre a lista de espera. Já existem muitos mitos que atrapalham a doação e consequentemente a fila não anda. O que falta é doador. Em vez de espalhar coisas ruins, espalhem sobre a importância da doação de órgãos."
Nela, o sistema imune ataca as células do fígado causando inflamação e alteração da função do órgão.
A doença não tem cura e o tratamento consiste em diminuir a atividade do sistema imune com drogas imunossupressoras e uma dieta equilibrada. Em casos mais graves, é indicado o transplante.
Entenda a lista de transplante de órgãos
A lista do SUS não leva em conta o poder aquisitivo da pessoa que aguarda um órgão nem se é famosa ou em qual hospital está internada.
A lista segue ordem cronológica de inscrição.
Crianças têm prioridade.
A gravidade do caso, porém, também é levada em conta. O uso de medicamentos para fazer com que o coração bata mais forte, por exemplo, indica que o quadro é mais grave.
A compatibilidade do paciente com o doador também interfere no tempo de espera.
As filas são regionalizadas, já que não é viável transportar órgãos em distâncias muito grandes.
Organismo de Faustão tende a atacar coração que ele recebeu; cardiologista explica o que acontece após transplante
CNN Brasil
29/08/2023 11:01
Minuto Saúde
Reprodução redes sociais
Faustão
“Após o transplante, o organismo interpreta o coração do doador como se fosse um corpo estranho”, explicou à CNN a cardiologista Silvia Ayub. Assim, o sistema de defesa do corpo do apresentador Faustão, 73, tende a atacar o coração que ele recebeu em transplante no domingo (27).
“O organismo do receptor tende a atacar o que ele imagina que seria um corpo estranho. O sistema imunológico fica ativado para atacar”, completou a especialista.
Para lidar com a situação e tentar evitar a rejeição do novo coração pelo organismo, o pós-operatório ocorrer com a administração de doses altas de medicamentos imunossupressores, que diminuem o poder do sistema imunológico.
No entanto, explica a médica, a medida é delicada e demanda cuidados para que o paciente não desenvolva infecções, já que fica com uma baixa defesa imunológica.
“Nos primeiros meses, utilizamos uma dose mais alta de imunossupressores. Como eles diminuem a imunidade, a gente abre a possibilidade de ter infecções. Então, tem que tomar conta tanto da imunossupressão, para não ter rejeição, e, ao mesmo tempo, ter cuidado com infecções”, diz Ayub.
Com o passar dos meses, caso o organismo de Fausto Silva não rejeite o coração, ele vai se tornando mais tolerante ao novo órgão, e as doses de medicamentos vão sendo reduzidas aos poucos, garantindo a ele mais proteção contra doenças.
Segundo o boletim médico, Faustão continua na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e “respirando com auxílio de ventilação mecânica”. Seu estado clínico foi classificado como “estável”.
Um dia após transplante de coração, quadro de Faustão é estável
Faustão: um dia após transplante de coração, quadro é estável | CNN PRIME TIME
Como foi o transplante do Faustão?
Faustão, de 73 anos, recebeu o novo coração no domingo (27). O órgão, que era de um homem de 35 anos, veio de Santos, no litoral paulista, de helicóptero.
De acordo com a Secretária de Saúde de São Paulo, a partir do momento em que houve a disponibilidade do órgão, o sistema selecionou doze pacientes que atendiam aos requisitos para o transplante.
Alagoano José espera coração no mesmo hospital de Faustão graças ao SUS
Carlos Madeiro, UOL
25/08/2023 09:46
Minuto Saúde
Imagem: Arquivo pessoal
Alagoano José Higino espera ser chamado a qualquer momento para transplante de coração no Albert Einstein, em SP
O alagoano José Higino da Silva, 40, foi levado na quarta-feira (23) de Maceió para São Paulo, onde está internado no hospital Albert Einstein. Ele aguarda um coração a qualquer momento, na lista prioritária de doação do órgão.
Desempregado devido ao problema cardíaco e sem plano de saúde, José está na mesma condição do apresentador Fausto Silva graças ao SUS (Sistema Único de Saúde). Ele terá a internação e o procedimento cirúrgico, em hospital referência no país, bancados pelo SUS, que é quem controla a lista de doação de órgãos no país.
A história de José
José Higino está inscrito na fila de transplante de coração em Alagoas desde março. Ele sofre de insuficiência cardíaca há nove anos.
Após seis internações e uma complicação, o alagoano foi para a fila prioritária de doação. Essa lista inclui pessoas que não podem esperar muito tempo por um órgão vital.
“Provavelmente não teríamos um doador em tempo hábil, e ele poderia vir a óbito. Por isso foi incluído na lista de transplante em São Paulo. Submetemos o caso de Higino ao Ministério da Saúde, e ele foi aceito”. Daniela Ramos, coordenadora da Central de Transplantes de Alagoas
No Albert Einstein, ele está internado na UTI, onde passa por uma bateria de exames. José foi transportado por uma equipe médica em um avião da FAB (Força Aérea Brasileira) de AL para SP há dois dias.
“O atendimento aqui é 100%. Toda hora tem alguém me vendo. Estou fazendo exames para deixar tudo pronto, porque o coração pode surgir a qualquer momento, não há prazo. Estou confiante, tenho fé em Deus que vai dar tudo certo”. José Higino, direto da UTI do Albert Einstein
Vendedor e mototaxista em Maceió, José está afastado das atividades devido à doença. Ele hoje recebe apenas benefício do INSS.
Como José conseguiu ir ao Albert Einsten?
Uma programa do Ministério da Saúde banca esse tipo de procedimento. José está internado em um hospital referência no Brasil para transplantes e que se notabiliza por receber as pessoas mais ricas e famosas do país.
O alagoano foi incluído no Proadi-SUS (Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde). A ação ajuda os estados na assistência a pacientes que demandam serviços que as unidades locais não são capazes de fazer.
O Proadi foi criado em 2009. O programa apoia com atendimento, recursos humanos, pesquisa, avaliação e gestão demandados pelo Ministério da Saúde. A ação reúne seis hospitais sem fins lucrativos que são referência no país:
Hospital Alemão Oswaldo Cruz
Beneficência Portuguesa de São Paulo
Hcor
Hospital Israelita Albert Einstein
Hospital Moinhos de Vento
Hospital Sírio-Libanês
Em 13 anos do Proadi, foram R$ 7,9 bilhões de recursos gastos no SUS. Pelo acordo com a Saúde, os hospitais investem valores correspondentes à imunidade fiscal que têm por serem entidades filantrópicas.
José Higino no momento da transferência de Maceió para São Paulo
Imagem: Secretaria de Saúde de AlagNo caso de José Higino, ele foi direcionado por ser um paciente grave e que poderia precisar de recursos para se manter vivo até o surgimento de um doador — tecnologia que o Einstein tem, a exemplo do ECMO (que funciona como coração artificial).
O coordenador explica que muitos pacientes acabam indo a São Paulo fazer o transplante porque o estado é o mais populoso do país e fica próximo de outros grandes estados, onde há mais doadores.
Para o caso de coração, a corrida é contra o tempo: o período ideal para que um órgão seja captado do doador e inserido no novo corpo é de até 4 horas. Isso dificulta, por exemplo, que um paciente em Maceió consiga receber a tempo um órgão captado no Sul ou Sudeste do país.oas
"Falta muito doador no país"
“Conseguimos fazer, dentro do Einstein, coisas que alguns hospitais públicos não conseguem. No caso de transplante, as equipes são as mesmas, seguem os mesmos protocolos e usam os mesmos materiais, sejam pacientes do privado ou do SUS”.José Eduardo Afonso Jr., coordenador médico do Programa de Transplantes do hospital Albert Einstein.
No caso de José Higino, ele foi direcionado por ser um paciente grave e que poderia precisar de recursos para se manter vivo até o surgimento de um doador — tecnologia que o Einstein tem, a exemplo do ECMO (que funciona como coração artificial).
O coordenador explica que muitos pacientes acabam indo a São Paulo fazer o transplante porque o estado é o mais populoso do país e fica próximo de outros grandes estados, onde há mais doadores.
Para o caso de coração, a corrida é contra o tempo: o período ideal para que um órgão seja captado do doador e inserido no novo corpo é de até 4 horas. Isso dificulta, por exemplo, que um paciente em Maceió consiga receber a tempo um órgão captado no Sul ou Sudeste do país.
“Mais da metade dos transplantes de coração são feitos em São Paulo. Falta muito doador no país todo, e São Paulo não é diferente. A gente estima que seriam necessários 1.500 transplantes, mas o país só faz 350 por ano”.
No Brasil, a doação de coração depende exclusivamente da autorização dos familiares de uma pessoa com morte encefálica, segundo a ABTO (Associação Brasileira de Transplante de Órgãos).
Unidade Morumbi do Hospital Einstein, onde são realizados os transplantes
Imagem: Kiko Ferrite/Divulgação.
Cochilar durante o dia ajuda a preservar o cérebro; entenda
Notícias ao Minuto
24/08/2023 09:35
Minuto Saúde
Foto: Freepik
De acordo com estudos, há uma associação entre cochilos diurnos habituais e maior volume cerebral totalDe acordo com estudos, há uma associação entre cochilos diurnos habituais e maior volume cerebral total
Tirar cochilos durante o dia pode ajudar a preservar a saúde do cérebro e evitar quadros de demência, sugeriram pesquisadores britânicos e uruguaios, em estudo publicado na revista científica Sleep Health. Eles encontraram uma "ligação causal modesta" entre as sonecas e um maior volume cerebral.
Para chegar a esse resultado, os estudiosos da University College London (UCL) e da University of the Republic, do Uruguai, analisaram dados de mais de 378 mil pessoas, de 40 a 69 anos, do estudo UK Biobank. Eles compararam as medidas de saúde do cérebro e cognição de indivíduos "geneticamente programados" para tirar sonecas com aqueles que não tinham as variantes genéticas que marcam o hábito.
Ao portal da UCL, a principal autora da pesquisa, a doutoranda Valentina Paz, disse que essa é a primeira pesquisa "a tentar desvendar a relação causal entre cochilo diurno habitual e resultados cognitivos e estruturais do cérebro". "Espero que estudos como este, mostrando os benefícios para a saúde de cochilos curtos, possam ajudar a reduzir qualquer estigma que ainda exista em relação a eles", afirmou Victoria Garfield, autora sênior.
No artigo, os pesquisadores explicam o declínio no volume do cérebro conforme envelhecemos. Uma metanálise anterior mostrou que, em pessoas saudáveis, após os 35 anos, o encolhimento é constante, a taxas de 2% ao ano, que aceleram aos 60. Assumindo esse declínio linear, os pesquisadores encontraram diferenças entre 2,6 e 6,5 anos entre quem estava geneticamente programado para cochilar e os que não.
ANOS ECONOMIZADOS - Esses "anos economizados", escreveram, podem equivaler à diferença entre um volume do cérebro de alguém com função cognitiva normal e comprometimento cognitivo leve. "Compreender essa diferença tem implicações clínicas importantes para a prevenção de prejuízos cognitivos relacionados ao envelhecimento, especialmente se generalizáveis para toda a população", diz o artigo. Uma das limitações do novo estudo é que é uma amostra com apenas pessoas de ascendência europeia e branca.
Nesse sentido, os estudiosos explicam que medidas de volume cerebral têm sido usadas como indicadores de neurodegeneração. O encolhimento do cérebro é mais acelerado em pessoas com declínio cognitivo e doenças neurodegenerativas. Outras pesquisas já abordaram como problemas no sono podem afetar negativamente essas mudanças estruturais. "De acordo com esses estudos, encontramos uma associação entre cochilos diurnos habituais e maior volume cerebral total, o que pode sugerir que cochilar regularmente fornece alguma proteção contra a neurodegeneração ao compensar o sono ruim", escreveram.
Cada segundo importa: transplante de coração de que Faustão precisa é saga
Quando se fala em transplante cardíaco, podem surgir algumas dúvidas: desde como o corpo do doador fica após a retirada do coração até quanto "dura" um órgão transplantado.
Como funciona a doação?
No Brasil, a doação de coração depende exclusivamente da autorização dos familiares de uma pessoa com morte encefálica. A morte encefálica é definida como "morte baseada na ausência de todas as funções neurológicas", ou seja, é permanente é irreversível, segundo a ABTO (Associação Brasileira de Transplante de Órgãos).
Uma das dificuldades para o transplante do coração está justamente na decisão da família do doador. O índice de rejeição à doação de órgãos no país é historicamente alto: 43%, segundo o Ministério da Saúde.
Um único doador morto pode salvar mais de oito vidas. É possível doar coração, pulmão, fígado, os rins, pâncreas, córneas, intestino, pele, ossos e válvulas cardíacas.
Exames obrigatórios. Uma vez autorizada a doação, é realizada uma coleta de sangue para a análise da presença de anticorpos do HIV, hepatite B e C, HTLV, sífilis, doença de Chagas, citomegalovírus e toxoplasmose. Depois das avaliações, o doador é encaminhado para a cirurgia de retirada de órgãos.
Uma das dificuldades para o transplante do coração está justamente na decisão da família do doador. O índice de rejeição à doação de órgãos no país é historicamente alto: 43%, segundo o Ministério da Saúde.
Um único doador morto pode salvar mais de oito vidas. É possível doar coração, pulmão, fígado, os rins, pâncreas, córneas, intestino, pele, ossos e válvulas cardíacas.
Exames obrigatórios. Uma vez autorizada a doação, é realizada uma coleta de sangue para a análise da presença de anticorpos do HIV, hepatite B e C, HTLV, sífilis, doença de Chagas, citomegalovírus e toxoplasmose. Depois das avaliações, o doador é encaminhado para a cirurgia de retirada de órgãos.
Como é o transporte do órgão?
Quando os órgãos são retirados, o relógio começa a contar. Fora do corpo, eles têm um "prazo de validade" e cada segundo é importante para que o órgão ou tecido chegue ao receptor.
Quatro horas. O tempo de isquemia (tempo que o órgão dura após ser retirado do corpo humano) é que determina o meio de transporte, que pode ser feito tanto de carro como avião. O coração, por exemplo, tem um prazo máximo de quatro horas.
O transporte deve ser feito em uma caixa térmica que mantenha temperaturas entre 2ºC a 8°C. Para ser preservado, o órgão também é colocado em uma solução de soro gelado.
Ajuda da FAB. O decreto presidencial de nº 2.268, assinado por Michel Temer em junho de 2016, determina que a FAB (Força Aérea Brasileira) seja responsável pela logística do transporte de órgãos do país, diminuindo a necessidade de voos particulares fretados para o transporte. "A Força Aérea Brasileira manterá permanentemente disponível, no mínimo, uma aeronave, que servirá exclusivamente a esse propósito", diz o documento.
Como é a cirurgia?
Um transplante cardíaco pode levar de três a cinco horas. O procedimento consiste na substituição do coração do paciente por outro — o do doador.
Para a substituição, os médicos têm de desviar o sangue do coração doente para uma máquina de circulação extraEm seguida, o coração saudável é colocado e são reestabelecidos os pontos para que a circulação do paciente seja retomada. O tempo de observação após um transplante é de cerca de 15 dias.
Chances de rejeição
O sistema imunológico pode reconhecer o novo órgão como um corpo estranho e reagir. Isso pode ocorrer com qualquer órgão ou tecido logo após o transplante ou muito tempo depois. Para que isso não aconteça, os pacientes transplantados precisam tomar medicamentos imunossupressores pelo resto da vida, além de fazer acompanhamento médico periódico.corpórea. Ele mantém o fluxo sanguíneo durante a operação.
Qual é a sobrevida de um paciente transplantado?
Mais de 72% dos pacientes que recebem um novo coração vivem pelo menos cinco anos, enquanto 20% alcançam a marca de 20 anos, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde).
'Minha filha voltou como um neném', diz mãe de jovem que cheirou pimenta
Uol
01/08/2023 17:28
Minuto Saúde
Imagem: Reprodução/TV Globo
A trancista Thaís Medeiros de Oliveira, de 25 anos, foi internada no dia 17 de fevereiro após cheirar a pimenta
Recebeu alta na tarde desta segunda-feira, 31, a jovem que teve uma parada cardiorrespiratória após cheirar um vidro de pimenta em conserva em fevereiro deste ano, na cidade de Anápolis (GO), a 55 km de Goiânia. Thais Medeiros, de 25 anos, teve uma grave reação alérgica ao cheiro do condimento e, em razão da parada cardiorrespiratória, desenvolveu uma lesão irreversível no cérebro.
"Eu tive muito medo de trazer ela para casa, mas estava na hora", diz a mãe, Adriana Silva Medeiros. "Minha filha saiu de um jeito e voltou assim, como um neném." Adriana conta com a ajuda do marido, Sérgio Alves Silva, para cuidar da filha e das duas netas, filhas de Thais, Valentina, de 8 anos, e Antonella, de 7. Comerciante, Sérgio fechou a loja para cuidar das crianças e Adriana também teve que deixar o salão para acompanhar o tratamento de Thais no hospital.
Segundo o médico geriatra Fernando Henrique de Paula, do Centro de Reabilitação e Readaptação Henrique Santillo (Crer), onde Thais estava internada desde o dia 9 de abril, o quadro dela é um pouco melhor. Segundo o médico, ela chegou à unidade em uma condição grave e passou por diversas complicações, o que tornou a reabilitação inviável.
Entre as complicações Thais teve uma infecção fim de junho e outra provocada por fungos no local de uma cirurgia para retirada de abscessos, relatou a mãe. Durante os próximos seis meses, ela ainda fará tratamento para osteomielite, uma infecção óssea, e para escaras. De acordo com Adriana, foi a infecção e as escaras que impediram Thais de iniciar a reabilitação.
A jovem está acordada, mas não dá respostas neurológicas. Adriana conta que ela reage quando vê as filhas, e sempre presta atenção quando alguém entra no quarto.
A família fez uma vaquinha online para arrecadar recurso para adaptar a casa às necessidades de locomoção de Thais e conseguiu R$ 172 mil. Uma vez por semana, uma equipe do Crer vai atender Thais em casa e, a cada 15 dias, ela terá consultas ambulatoriais no centro de reabilitação.
Surto de Guillain-Barré no Peru pode afetar o Brasil?
Uol
11/07/2023 16:04
Minuto Saúde
Imagem: GettyImages
Síndrome de Guillain-Barré fez o Peru declarar emergência
O surto de Síndrome de Guillain-Barré (SGB) que atinge o Peru não deve afetar o turismo, o comércio e a circulação de pessoas no Brasil, afirmou o Ministério da Saúde em nota divulgada ontem.
A pasta destacou que a síndrome não é transmissível de pessoa para pessoa, o que diminui o risco de um surto como acontece no país vizinho, onde quatro pessoas já morreram pela doença em 2023 e outras 31 seguem internadas.
No total, o Peru já confirmou 182 casos da doença. este ano. A situação levou o governo local a declarar emergência sanitária por 90 dias, a partir de um decreto emitido no último sábado (8).
Com relação ao evento de aumento de casos de SGB no Peru e a declaração de emergência pelo governo Peruano, considera-se baixo o risco em nível nacional, considerado principalmente que a doença não é transmissível de pessoa para pessoa, com base nas informações disponíveis. Desta forma, não há risco significativo de restrição de turismo, comércio e/ou circulação de pessoas."Ministério da Saúde brasileiro
A Síndrome de Guillain-Barré pode ocorrer por infecção bacteriana ou viral aguda, que afeta o sistema nervoso periférico.
Seus sintomas incluem fraqueza e formigamento nos pés e nas pernas que se estendem para a parte superior do corpo em intervalo de duas a quatro semanas.
Em casos extremos, a doença pode provocar paralisia.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a síndrome é um "distúrbio em que o sistema imunitário do próprio corpo ataca parte do sistema nervoso periférico". Esses nervos periféricos controlam os músculos do corpo, por isso os sintomas na mobilidade.
Cerca de 75% dos casos de Síndrome de Guillain-Barré são desencadeados por um processo infeccioso. O mais comum se acontece por meio da bactéria Campylobacter jejuni. Agentes etiológicos como os vírus que da Zika, dengue e chikungunya, entre outros, também podem estar associados a casos de SGB. Por essa razão, segundo a OMS, países tropicais, como o Peru e Brasil, têm maiores chances de registrar quantidades elevadas de infectados.
Remédios para colesterol: quais as opções existentes para tratar problema?
Viva Bem UOL
30/06/2023 08:53
Minuto Saúde
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Remédio para colesterol: o que é bom tomar?
O colesterol elevado é considerado um dos fatores de risco para as doenças cardiovasculares, como infartos e AVC (acidente vascular cerebral). Estes problemas ocorrem quando o colesterol "ruim" (LDL) acumula gorduras nos vasos sanguíneos aumentando a formação de placas. Já o HDL é considerado o colesterol "bom" por proteger o coração ao impedir o excesso no sangue.
Vale destacar que o colesterol alto é assintomático, ou seja, a pessoa não identifica qualquer alteração. Por meio de um hemograma, é possível saber que algo está errado e há excesso de gordura no sangue.
A seguir, veja remédios que atuam para melhorar o colesterol. É importante, contudo, não se automedicar, já que isso pode piorar sua saúde e trazer mais problemas: consulte um médico sempre que possível.
Remédios para colesterol: o que tomar? Estatinas Trata-se de uma classe de medicamentos que inibe a ação de uma enzima hepática (a HMG-CoA redutase), que sintetiza o colesterol. Portanto, as estatinas diminuem a concentração do composto no sangue. Elas também atuam nas placas de gordura e reduzem a sua progressão.
Atua principalmente na redução do colesterol "ruim", mas também aumenta o HDL, o "bom" colesterol. Pode ser encontrada com os seguintes nomes comerciais: sinvastatina, atorvastatina, pavastatina, pitavastatina e rosuvastatina.
Sequestradores de ácidos biliares O uso de sequestradores dos ácidos biliares é indicado para incrementar a excreção dessas moléculas pelas fezes e, consequentemente, diminuir a absorção das gorduras da dieta. No Brasil, o fármaco é encontrado com o nome de colestiramina. Está disponível em sachês, cujo conteúdo deve ser dissolvido em água e tomado duas vezes ao dia.
Ezetimiba O medicamento age no intestino delgado, promovendo redução do aporte de colesterol para o fígado. Portanto, o uso de ezetimiba reduz o estoque de colesterol sanguíneo. A ezetimiba inibe seletivamente a absorção de colesterol e diminuindo a produção de colesterol. Muitas vezes, a ezetimiba é usada em combinação com as estatinas para que uma potencialize o efeito da outra.
Fibratos
Este tipo de fármaco age aumentando a produção e a ação da lipase lipoproteica, estimulando a quebra de gorduras presentes na corrente sanguínea, como VLDL e triglicerídeos. Os fibratos reduzem a produção dos triglicerídeos ao estimularem a oxidação dos ácidos graxos no fígado e eliminam as partículas de gorduras por meio de uma enzima.
Fibratos Este tipo de fármaco age aumentando a produção e a ação da lipase lipoproteica, estimulando a quebra de gorduras presentes na corrente sanguínea, como VLDL e triglicerídeos. Os fibratos reduzem a produção dos triglicerídeos ao estimularem a oxidação dos ácidos graxos no fígado e eliminam as partículas de gorduras por meio de uma enzima.
Ácido nicotínico
Conhecido como niacina ou vitamina B3, pertence ao grupo de vitaminas do complexo B e reduz a ação de uma enzima chamada lipase nas células de gordura do organismo Por conta disso, reduz a liberação de ácidos graxos livres (um tipo de gordura) para a corrente sanguínea.
Geralmente, são necessárias doses de 1g/dia. Mas, em alguns casos, pode ser indicado ingerir 2g/dia. Inibidores da PCSK9 Há ainda um fármaco injetável, que foi aprovado recentemente, chamado de inibidor da PCSK9. São anticorpos monoclonais que inativam uma proteína específica no fígado, reduzindo a quantidade de colesterol LDL presente na corrente sanguínea.
Com o custo bastante elevado, é indicado em casos em que o colesterol alto é provocado por mutações no DNA (condição conhecida como hipercolesterolemia familiar) e o indivíduo não responde a outros medicamentos, como estatinas e ezetimiba.
Remédios caseiros para controlar o colesterol
Os fitoesteróis são substâncias gordurosas semelhantes ao colesterol, produzidas pelas plantas. Também está presente em óleos vegetais, sementes, grãos, frutas e hortaliças. Eles competem com o colesterol consumido na dieta e diminuem a absorção intestinal do colesterol ruim, o LDL. Vários laboratórios produzem cápsulas contendo fitoesteróis e esses comprimidos devem ser tomados via oral, com água, duas vezes ao dia.
Há ainda ácidos graxos do tipo ômega 3, que são poli-insaturados derivados dos óleos de peixes e de plantas com efeito benéfico no controle do colesterol alto. Vale destacar que estes remédios naturais, geralmente, são indicados para reduzir quadros leves de colesterol elevado e o efeito esperado pode ser bastante discreto.
Efeitos colaterais
As diferentes medicações podem apresentar diversos efeitos colaterais. Os mais comuns são dores musculares, principalmente nas pernas. Já o ácido nicotínico, frequentemente, gera o surgimento de vermelhidão na pele, principalmente do rosto. Entre os principais efeitos colaterais dos medicamentos para colesterol elevado, estão:
Dores musculares ou de cabeça; Cãibras; Náuseas; Sudorese; Prurido; Gases; Diarreia; Pele seca; Dor de estômago ou no abdome; Vertigem; Rubor facial.
Contraindicações
De forma geral, os medicamentos para colesterol elevado são bem tolerados e seguros para a maioria da população. No entanto, algumas pessoas podem ser alérgicas a determinados componentes dos fármacos. Além disso, gestantes, lactantes e pessoas com doença hepática devem evitar o uso desses medicamentos, principalmente sem acompanhamento médico.
Outras formas de controlar o colesterol De acordo com os especialistas, o tratamento não medicamentoso é o primeiro passo a ser tomado no combate ao colesterol alto, à aterosclerose e às doenças cardiovasculares. De forma geral, é importante manter hábitos saudáveis durante toda a vida para prevenir problemas de saúde. É recomendado:
dieta balanceada, evitar gorduras, embutidos, frituras, carnes gordurosas, chocolate prática de exercícios regularmente (pelo menos três vezes por semana) reduzir o consumo de bebidas alcoólicas, açúcar e carboidratos em geral (massas, pães, arroz, batata etc.). investir na ingestão de fibras, pois reduzem a absorção de colesterol pelo intestino.
Fontes: Marcelo Cantarelli, cardiologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (SP) e membro da SBHCI (Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista); Nathan Soubihe Jr., cardiologista do HCor (SP); Roberta Frota Villas Boas, endocrinologista do Hospital Nove de Julho (SP); e Maria Fernanda Brandão, farmacêutica do Centro de Informação sobre Medicamento do CRF-BA (Conselho Regional de Farmácia da Bahia).
Simony chora ao falar sobre exame decisivo em luta contra o câncer
Metrópoles
20/06/2023 17:22
Minuto Saúde
Divulgação
Simony
A cantora Simony se emocionou nessa segunda-feira (19/6) ao receber o resultado de um exame importante em seu tratamento contra o câncer, o laudo do PET Scan. O procedimento verifica se ainda há células cacerígenas no corpo do paciente e, no caso de Simony, não apontou novos indícios de doença. Ou seja, o câncer encontra-se em remissão, um estágio que antecede a cura.
“Eu estou no quarto ciclo de tratamento, que é de imunoterapia junto com a quimioterapia. (…) Hoje eu fui fazer o PET, um exame que nos deixa muito apreensivos. (…) Ao final do exame, o médico geralmente vem conversar para dizer o que está acontecendo. (…) Ele falou: ‘Eu não estou vendo nenhum linfonodo mais, não estou vendo nada mais lá'”, contou Simony, bastante emocionada.
“Eu estou em remissão e só tenho gratidão a vocês que oraram por mim. Hoje, dia 19 de junho, é dia de renascimento. Quero agradecer meus fãs, minha mãe, meus amigos de longe e de perto. Meu choro é de alegria. Só quem passa sabe o que é esse tratamento, é muito difícil”, desabafou.
Simony foi diagnosticada com câncer de intestino em agosto de 2022. Ela chegou a ser considerada curada, mas o aparecimento de novos tumores levou a cantora a a retormar o tratamento este ano.
O que explica aumento de mortalidade por infarto em mulheres jovens no Brasil
BBC Brasil
12/06/2023 12:41
Minuto Saúde
GETTY IMAGES
Os números de mulheres brasileiras de 18 a 49 anos vítimas de infarto aumentaram na última década
A mortalidade por infarto entre mulheres jovens no Brasil está em crescimento — e menos da metade delas recebe o tratamento adequado para prevenir ou tratar esse problema.
Esses são dois dos principais alertas de um recente posicionamento sobre a saúde do coração feminino lançado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).
A entidade chama a atenção para todas as falhas na cadeia de prevenção, diagnóstico precoce e tratamento do ataque cardíaco — e de outras doenças agudas que afetam o sistema cardiovascular — entre o público feminino.
Na cardiologia, as diferenças entre homens e mulheres "vão além das questões cromossômicas" e envolvem "os valores sociais, as percepções e os comportamentos", que "moldam padrões e criam diferentes papeis na sociedade", aponta o documento.
Essas questões ganham mais importância quando lembramos que as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no Brasil, independentemente do sexo.
Mas o que está por trás dessa quase negligência do coração feminino? Especialistas ouvidos pela BBC News Brasil apontam que não existe um único fator que explica o fenômeno — e há toda uma sucessão de falhas por trás desse cenário.
A seguir, confira o aumento da mortalidade nesse público em comparação às demais faixas etárias e entenda o que saúde mental e sintomas “desprezados” têm a ver com o problema.
Mulheres mais jovens sob risco
O infarto geralmente acontece quando há o entupimento das artérias coronárias, os vasos que levam sangue rico em oxigênio e nutrientes para o coração funcionar direito.
Essa crise cardíaca aguda — e potencialmente mortal — costuma ser o estopim de uma série de elementos que se acumulam por anos ou décadas, como doenças crônicas (obesidade, hipertensão, colesterol alto, diabetes…), comportamentos e mudanças de estilo de vida (consumo de álcool, tabagismo, sedentarismo, sono de má qualidade…) ou características individuais (idade, sexo, histórico familiar…).
Tradicionalmente, o ataque cardíaco sempre foi vinculado à figura do homem com mais de 45 ou 50 anos que carrega um ou mais fatores de risco da lista detalhada no parágrafo anterior. E, segundo essa linha de raciocínio, o risco para as mulheres só aumentava no pós-menopausa — quando elas perdem a proteção cardiovascular conferida por alguns hormônios, como o estrogênio e a progesterona.
Mas a realidade é bem mais complexa: o posicionamento da SBC revela que o percentual da taxa de mortalidade por infarto no Brasil vem caindo de forma geral entre homens e mulheres de 1990 para 2019.
Porém, quando são analisados os números específicos de mulheres mais jovens, que estariam supostamente mais protegidas pelos fatores hormonais, mortalidade por doenças cardíacas até aumentou nas últimas décadas.
A taxa de mortalidade por doenças cardiovasculares agudas subiu 7,6% entre mulheres de 15 a 49 anos entre 1990 e 2019.
Nos outros grupos (mulheres mais velhas e homens de todas as idades), essas taxas estão em queda ou sofreram um crescimento menor em comparação às brasileiras pré-menopausa.
A variação foi menor entre aquelas de 50 a 69 anos (+5,4%) e caiu entre as que já passaram dos 70 anos (-18,4%). Entre os homens, a variação da mortalidade também foi inferior nos três grupos analisados: de 15 a 49 anos (+5,8%), 50 a 69 anos (+1,6%) e 70 anos ou mais (-18,2%).
"Ainda não temos evidências suficientes para explicar definitivamente e em detalhes porque isso está acontecendo e o que está por trás dessa letalidade maior nesse grupo", admite o cardiologista Antonio Mansur, diretor do Serviço de Prevenção, Cardiopatia na Mulher e Reabilitação Cardiovascular do Instituto do Coração (InCor), em São Paulo.
Mas o documento da SBC apresenta algumas pistas que ajudam a entender esse cenário — como você confere a seguir.
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Legenda da foto,
O infarto geralmente está relacionado ao entupimento das artérias coronárias (em vermelho na ilustração)
Fatores de risco menos óbvios
Para começar, o posicionamento destaca que "as mulheres apresentam com maior frequência fatores de risco cardiovascular não tradicionais, como estresse mental e depressão, e sofrem as consequências das desvantagens sociais devido à raça, etnicidade e renda".
Ou seja: além daqueles gatilhos clássicos do infarto (pressão alta, diabetes, sedentarismo, excesso de peso…), o público feminino ainda é mais afetado por problemas relacionados à saúde mental.
As questões psicológicas, por sua vez, vão representar um fardo a mais para um coração que já está sobrecarregado.
O impacto do estresse e da saúde mental no coração da mulher foi medido em vários estudos publicados ao longo dos últimos anos.
Entre pacientes que se recuperam de um infarto, a diferença no fardo mental também é marcante entre os sexos. De acordo com uma pesquisa da Universidade Yale, também nos EUA, a percepção de estresse é maior entre as mulheres mais jovens durante os doze meses que sucedem o evento cardiovascular.
"Existe uma tendência na sociedade e na medicina de não se valorizar muito os aspectos da saúde mental. A mulher é vista como nervosa, como se não soubesse se portar ou reagir", comenta a cardiologista Ieda Jatene, do Grupo de Estudo de Doenças Cardiovasculares em Mulheres do Hcor, em São Paulo.
"Muitas vezes, as queixas emocionais não são encaradas com a mesma seriedade de incômodos físicos", lamenta a médica.
Que fique claro: estresse, ansiedade, depressão e outros problemas psicológicos acometem homens e mulheres. Em ambos os sexos, se essas doenças não forem diagnosticadas e tratadas adequadamente, elas podem resultar em ataque cardíaco.
"Porém, o público feminino tende a sofrer mais com a sobrecarga relacionada à dupla ou à tripla jornada diária", acrescenta Jatene, referindo-se à incumbência de ter uma profissão, cuidar da casa e dar atenção à família que recai com maior frequência sobre elas.
Além da saúde mental, a lista de fatores de risco cardiovasculares não tradicionais que acometem as mulheres inclui também o parto prematuro, a doença hipertensiva da gestação, o diabetes gestacional, as doenças autoimunes (como lúpus e artrite reumatoide, mais frequentes no público feminino) e os tratamentos para doenças como o câncer de mama.
Sintomas desprezados
Após anos de sobrecarga, as artérias do coração entopem e o músculo entra em pane. Falamos aqui do infarto, um evento que costuma apresentar alguns sintomas importantes e bem conhecidos — o mais famoso deles é a dor no peito que irradia para o braço esquerdo.
Mas aqui, mais uma vez, as mulheres saem no prejuízo. Nelas, nem sempre o ataque cardíaco se manifesta dessa forma.
Mansur, que também é professor associado da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, calcula que a dor no peito aparece em 90 a 95% dos homens com infarto. Enquanto isso, esse sintoma acomete de 75 a 80% das mulheres na mesma condição.
"Ou seja: ela ainda é o sinal comum e mais importante em ambos os sexos", constata ele.
As mulheres vítimas desse problema, porém, podem sentir mais frequentemente outros incômodos diferentes — e, em razão disso, nem suspeitarem que estão sob risco.
Muitas vezes, nem mesmo os profissionais da saúde que atuam em ambulatórios e serviços de emergência conhecem esses sintomas atípicos do infarto, o que atrasa o diagnóstico e o tratamento delas.
"Muitas apresentam queixas como cansaço extremo, um desconforto no peito que não tem uma característica de aperto, falta de ar e disparos nas batidas do coração", descreve Jatene.
"Todas essas manifestações devem sempre ser encaradas como sinais de alerta para uma doença cardiovascular", complementa ela.
Além das pistas de infarto citadas pela médica, os manuais de cardiologia incluem também mal-estar súbito, sensação de desmaio, dificuldades para manter a respiração, fraqueza intensa, tontura, suor frio, dor no abdômen ou nas costas, palidez, náuseas, vômitos e dificuldades para dormir.
Diante deles, vale ir até um serviço de emergência com a maior rapidez possível.
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Jornadas duplas ou triplas, mais comuns entre as mulheres, podem resultar em mais estresse — o que afeta a saúde do coração
Tratamento inadequado
Chegamos, enfim, à terceira barreira da lista: segundo o posicionamento da SBC, "menos de 50% das pacientes [com doenças cardíacas] são submetidas ao tratamento medicamentoso adequado".
Em outras palavras, mesmo quando superam as outras duas dificuldades, fazem exames de rotina ou suspeitam de algo mais grave e recebem o diagnóstico correto, mais da metade das pacientes não tem acesso aos remédios ou aos procedimentos mais indicados para o caso delas.
Segundo os médicos ouvidos pela BBC News Brasil e o próprio documento da SBC, existem vários fatores que explicam esse menor acesso aos tratamentos contra as doenças cardiovasculares.
O primeiro deles tem a ver justamente com o fato de os profissionais de saúde suspeitarem menos desses problemas quando a paciente é do sexo feminino — com isso, elas não recebem o diagnóstico adequado, que permitiria realizar a melhor terapia no tempo adequado.
Os especialistas também observam que, no geral, as mulheres têm menos acesso a exames de rotina do coração, que permitiriam flagrar aqueles fatores de risco por trás de um infarto — como diabetes, colesterol alto e hipertensão arterial — e poderiam ser controlados por meio de medicações. Esses problemas ficam, então, escondidos por décadas, até que desembocam numa crise aguda das coronárias.
O posicionamento da SBC ainda chama a atenção para os “determinantes sociais da saúde”, como abuso sexual e violência, privação socioeconômica e baixa escolaridade. A entidade aponta que todos eles são “potencializadores de doenças cardiovasculares” nas mulheres — e é importante levar em consideração todos esses pontos durante a consulta para ampliar o acesso aos tratamentos mais efetivos para elas.
"Infelizmente, essa é a realidade. O tratamento do infarto nas mulheres costuma ser inadequado e tardio", classifica Mansur.
"Elas são menos submetidas, por exemplo, à angioplastia e à colocação de stent", diz o médico.
Esses nomes citados pelo cardiologista fazem alusão aos métodos cirúrgicos minimamente invasivos que desentopem as artérias coronárias e instalam pequenos dispositivos (os stents) que garantem a passagem de sangue pela região afetada.
Mansur acrescenta que, além dos procedimentos, as mulheres também costumam receber menos prescrições de remédios para controlar os fatores de risco tradicionais, como hipertensão e colesterol alto — que, como vimos anteriormente, são gatilhos para um infarto.
"As mulheres também são menos representadas em estudos clínicos de cardiologia. O número de voluntárias nas pesquisas é sempre muito menor", aponta Jatene.
"Até há pouco tempo, acreditava-se que doença cardiovascular era coisa de homem e a mulher só apresentaria esses problemas depois que perdesse a proteção hormonal no pós-menopausa. Mas sabemos hoje em dia que eles podem aparecer de forma muito mais precoce", reforça ela.
Para completar, a recuperação pós-infarto também é mais complicada entre o público feminino. Segundo um estudo publicado em maio no Jornal da Academia Americana de Cardiologia, mulheres são 1,65 vez mais propensas a precisar de uma nova internação nos primeiros 12 meses em comparação com os homens.
Elas também sofrem 1,46 vez mais complicações relacionadas ao ataque cardíaco e têm um risco 2,2 vezes maior de morrer nessa janela de um ano após o evento inicial.
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Os stents (no centro da imagem) são pequenas estruturas metálicas que desentopem e mantêm a estrutura de vasos sanguíneos
Como mudar isso
Para Jatene, a melhora desse cenário passa necessariamente por uma palavra: educação.
Na visão da médica, todo mundo deve conhecer melhor as formas de prevenção dos fatores de risco cardiovasculares e os cuidados básicos diante dos sinais de um infarto.
Do lado dos profissionais de saúde, ela também aponta para a necessidade de uma melhoria no acolhimento das pacientes.
"Fundamentalmente, precisamos valorizar os sintomas precoces, mesmo que eles sejam atípicos, e encaminhá-las para uma avaliação", diz a cardiologista.
Já do ponto de vista da população geral, conhecer mais sobre o problema e ter uma rotina de autocuidado é algo primordial, aponta Jatene.
"É importante que toda mulher de 35 a 40 anos procure um cardiologista e faça uma avaliação. Isso pode ajudar na detecção de um problema que ainda está escondido", sugere.
A médica acredita que, quando o assunto é coração, o público feminino deve ter a mesma rotina de cuidados reservada à prevenção do câncer de mama — com exames periódicos quando há indicação e atenção aos possíveis sintomas de algo mais sério.
"As mulheres geralmente cuidam do marido, dos filhos, dos pais, dos colegas de trabalho, dos amigos… Mas elas dificilmente são cuidadas como deveriam", conclui ela.
Fulvio Stefanini revela que foi parar na UTI: 'Sensação de que ia morrer'
Splash Uol
25/05/2023 15:11
Minuto Saúde
Imagem: Reprodução/Globoplay
Fulvio Stefanini teve uma infecção da bactéria Staphylococcus aureus e ficou 16 dias internado
Fulvio Stefanini, 83, revelou hoje no Encontro que em 2020 ficou internado por 16 dias, 4 deles na UTI, com uma infecção bacteriana. Ele contraiu a bactéria Staphylococcus aureus: "Era uma infeção causada por uma bactéria que habita na nossa pele, todos nós temos. Só que se você tiver com a imunidade baixa, ela pode entrar na sua circulação, e foi o que aconteceu comigo", contou o ator.
Michelle Loreto, apresentadora do Bem Estar, questionou se ele tinha alguma ferida na pele pela qual a bactéria pode ter entrado, e ele confirmou que tinha um machucado no cotovelo: "Fiquei tirando a casquinha!" O primeiro sintoma foi uma dor nas costas: "Estava sentado à beira da cama num final de tarde, normal. Aí levantei e de repente eu tive uma sensação como se eu tivesse levado uma grande pancada nas costas. Uma coisa terrível. Uma pontada nas costas. Me deixou imóvel. Aí eu me apoiei na parede, não sabia o que fazer, gritei. Meu filho veio correndo".
Tomou remédio, mas a dor só piorava: "Depois de três dias eu falei: meu filho, me leve agora pro hospital. Tive uma sensação de que eu ia morrer em seguida. Uma coisa horrorosa", relembrou.
Se eu tivesse demorado mais, se tivesse retardado um pouco mais a minha ida ao hospital, talvez eu não estivesse aqui. Fulvio Stefanini
Fulvio chegou inconsciente no hospital: "Eu sei que eu fui para a UTI, claro, depois eu fiquei sabendo. Mas eu não lembrava mais. Me levaram para um apartamento antes da UTI e eu não lembro do apartamento, não lembro quem me atendeu, nada".
O ator precisou continuar o tratamento em casa: "Acabei ficando mais 12 dias no hospital, foram 16 dias ao todo, com antibiótico e tudo. Depois fisioterapia, fui pra casa com home care, continuei me tratando".